Ser, Palhaço

O que dizem do palhaço?
Que ele te liberta das angústias,
Brinca com teus medos,
Te transforma através do riso...

Isso é o óbvio, o que já foi escrito, dito,
Isso já é senso, consenso...

O que não é novo,
Mas também não é falado,,
É que o palhaço não é um ser em que se é transformado,
O palhaço não é um estado.

O palhaço é nascido, ele é concebido,
Ao ser maquiado, ou até não,
O indivíduo gera um novo ser,
Um ser que vive, e tem alma própria.

Não são os medos do palhaço do palhaço que são vencidos,
Estes medos simplesmente não existem.
O palhaço não brinca com o senso comum,
Pois ele não o tem, nem o conhece.

Ao contrário do que alguns pensam,
O palhaço não tem um lado melancólico e triste,
Isto não é do palhaço,
Estes sentimentos, se existentes,
Pertencem ao que o concebe.

Este, por sua vez,
Nada mais é do que um personagem,
Que está no mesmo corpo de um palhaço.

Ele é um personagem que é interpretado
Para os que esqueceram, ou perderam,
O dom de ver a alegria de um mundo melhor.
Que perderam a força de lutar
E a coragem de não ter medo, ou de ter,
Mas enfrentar.

O palhaço faz de si um transformador
Ele, nascido de dentro de um personagem
Que encontrou algo a que amar,
Torna-se o mensageiro do que se deve acreditar.

Dois personagens dentro de um,
Duas vidas a levar,
Pessoas diferentes a conviver,
Duas frentes em que combater,
Mas apenas um mundo a mudar,
E só uma forma pela qual fazer...
...Sorrir!

P.S. Queria poder sorrir agora, mas meu choro impede meu lado palhaço de vir à tona.